Como estou de férias do Tribunal e não tenho muito que me preocupar com o horário de começar a me "montar" para ficar com "cara de gabinete", tenho levado as crianças logo cedo para o Parque da Cidade. Elas adoram! E eu também! Parece que nesses momentos de sentar no chão e observar as coisas mais simples do mundo a vida também passa mais devagar. Aproveito para fotografá-los e também a tudo o que vejo de bonito.
Hoje nos sentamos sob um pé de jambo (depois tenho histórias sobre isso também). Próximas a nós, várias árvores de cerrado, bem tortuosas, lindas! Sei que tem gente que acha um absurdo dizer que essas pequenas árvores tortas são lindas, mas eu as acho muito belas! Nasci em Brasília, no cerrado, e cresci vendo essa vegetação.
Certa vez, o meu primo Tristão Botelho (escritor - "A Canção de Heráclito Obscura") estava fazendo uma prova de psicotécnico na qual pediram que o candidato desenhasse uma árvore. Ele desenhou uma árvore de cerrado com todos os detalhes e quase foi reprovado por isso. Consideraram que ele podia ser possuidor de uma personalidade tortuosa. Ele, que também nasceu no cerrado (Paracatu - MG), esclareceu que essa era a árvore que ele conhecia e reconsideraram.
Não consigo vincular a imagem dessas árvores guerreiras a uma personalidade distorcida. Vejo-as como um exemplo de superação: nascem e crescem em um ambiente inóspito. Diante das adversidades do clima do cerrado, elas se curvam, se retorcem, se entortam, mas continuam lá, firmes, se moldando à vida como ela se apresenta, mas sem render-se facilmente. Nossas pequenas árvores tortas nos dão uma lição de força, de caráter.
Foto tirada por mim, em 1º/10/2010, Parque da
Cidade, próximo ao Quiosque do Atleta
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